sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Arte Viva


    Quando a Arte comove-nos
    Penso que seja esse o maior elogio dado a um Artista
    Qual objetivo melhor
    Do que aquele de entrar no coração de alguém
    E de o tocar

    Vi um filme
    Chorei
    Senti cada segundo dele
    Acabou e chorei
    A vida aqui realmente não basta

    As pessoas vivem focadas em dinheiro
    Em poder e fama

    Quero realmente um dia estar à porta
    E sentir que fiz algo
    E que a vida bastou 
    Que dei um sorriso a uma criança
    E que minha obra tocou no coração de alguém

    segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

    Renascimento em mim


      O tempo não nos governa
      pois somos nós que o vivemos

      Um segundo do tempo
      n'uma demora em nossa mente

      Existe


      Deixar por uns tempos
      as cousas voarem livremente

      Abandonar vilas e visitar cidades
      abandonar rotinas e descobrir realidades

      Vivo


      Respirar o mundo
      e vontade de colocá-lo por inteiro em mim

      Sentir todas as cousas
      de todas as maneiras

      Renasci

      sábado, 27 de junho de 2015

      Girassol de Hoje


        Hoje faz-se-me alegrar a alma
        não pelo feito que faz-se todos os feitos
        antes a crer nos olhares do querer como girassol.

        domingo, 14 de junho de 2015

        Cantigas de Irmão


          Por vezes, chego-me a pensar ... 
          Camões, grande poeta lusitano,
          escrevia sobre o heróico, o reino, a pátria. 
          E a mim ...
           que quanta pouca vontade me cabe 
          em cair caneta nesses cantares.
          Penso que é ... 
          por ser o pouco, o singelo rapaz do povo,
          é verdade. 

          Todavia ...
           cabe-me vontade maior em
          cantar os poucos como eu,
          pintar os pequenos achares da vida,
          fotografar os passos acostumados,
          proclamar, nem que valha só a mim, 
          as injustiças e os meus sentimentos,
          fazer da poesia a pureza,
          aprisionar o meu humano insensato
          e libertar em toda a parte 
          as débeis palavras das crianças
          e dos piedosos que nem esmola para minhas palavras,
          longe de mim ela, pois faço-o sem cota
          e faço-o ...
          porque sóis meus irmãos!

          quarta-feira, 10 de junho de 2015

          Suspiro de Amigo


            Como posso amar algo morto e que nunca toquei?

            Talvez ...
            pela primeira troca de olhares,
            pela fragilidade do corpo
            perante a dor que bate sem pedido,
            e, porque ...
            a pena do Porquê não basta.

            Talvez,
            pela meia vez que acreditamos,
             pela debilidade dos sentimentos
            perante a alegria que deixa,
            e, embora ...
            a nossa vontade, vai Embora. 

            Talvez ...
            pelo último suspiro doloroso,
            pelas vezes que rezamos
            perante o bicho que nos morre apesar,
            e, além disso ...
            o quedo Além que leva.

            domingo, 7 de junho de 2015

            No More War


              A GUERRA

              (0:13)
              Soam os tambores
              as pedras desenterram-se do solo
              a ver ao que tanto chega
              aquilo que ainda mal chegou ...

              (0:24)
              As lágrimas caem
              e as almas partem,
              os rios secam
              e o sangue agitado morre.

              (0:35) (apressa-se a melodia)
              Não deixa de me chocar ...
              ouvir a toda a hora falar de guerras,
              é daquelas poucas coisas
              que se ouve a todo o momento
              e a todo o momento me cansa.
              Como é possível tudo isso ainda existir?
              Há quem as ache de tempos passados,
              mas bem que 2003 ...
              oh 2003, quantas mataste?!

              (0:55) (apressa-se o ritmo)
              Quantas em nome da falsa paz daqueles que a declararam?!
              Não interessa saber de quem a culpa
              quem sabe ela não tem voz para o dizer,
              a voz está morta.
              Enrouquece-me a cada minuto,
              pois cessam muitas das vozes que me ajudariam.
              Parece-me apenas que toda a gente
              julga a guerra como algo mau,
              mas não a detêm,
              pois sentem-se sem meios
              para parar tais acontecimentos!
              É o típico erro do Homem!
              Acham todos que malham em ferro frio,
              mas eles não são senão o frio do ferro dos poucos que malham.

              (1:16) (melodia acalma)
              Eu nunca pensei que existisse a perfeição,
              mas, sabem ...
              afinal existe o erro perfeito em torno de armas, bombas e mortes.
              Tal como o infinito,
              a infinita dor dos meus irmãos e que por tudo isso me perece a alma.
              Falta de vontade, de força, de alegria.
              Falta de sermos nós o Outro!

              Eu, eu estou pronto para a brecha da luta,*
              pela paz, 
              de baralhar em palavras as cobertas dos adormecidos, 
              de lhes oferecer uma chave de braço,** 
              eu terço as armas, 
              não as minhas,
               tento as de todas as crianças inocentes. 
              É engraçado como nisto ninguém quer apanhar boleia!
              Será um carrosel avariado e sem fundo? 

              Eu não sei, 
              eu somente tenho fé e esperança, 
              alimentada pela vida e sorriso delas, 
              que tudo pode melhorar. 

              (1:58) (Muda a melodia, apressada)
              Tanto é o sangue
              que corre nos rios e pouco aquele
              que nos corre quente.
              Tantos são os confeitos
              que nem os rostos se conhecem de uma mãe
              que pedaços parecem pedras.
              Tantas são as máquinas estranhas dali
              que quase é tanto como o meu sonho
              que tanto parece exterior a este universo.

              (2:09)
              Eu tenho um nome para tudo isto, além de massacre, vingança, dispustas e mais lutas, é apenas o nome pelo qual mais rezo em todo o mundo, é o nome de cada criança inocente, das birras dos adultos, é a paz prezada por não sei quantos - ainda poucos - pensadores. Há quem se atreva a dizer – riso – que mataria todos aqueles soldados com uma só bofetada – riso – esses são – não querendo fazer crítica maliciosa – aqueles que ficam durante tardes sentados no sofá. Eu não deixo talvez de ser um desses do achonchego, eu apenas tento, e tento realmente agir, não em pensamentos nem em confusões, antes em palavras verdadeiramente proferidas.

              (2:39)
              Tudo o que vejo neste momento é o “Grito” de Munch. Manifesto-me cantando “Imagine” de Lennon, e mais do que isso quero fazer consciencializar. Eu questiono-me sempre ... não passo de um Homem.

              (2:50)
              Quem acha que a guerra
              se mata com mais guerra
              é pior do que quem a começa,
              se bem que ...
              pior do pior já nem eu sei o que é!
              Oh! Diariamente,
              vertem-se-me tantas lágrimas por quantas crianças mortas!

              (3:00)
              A inutilidade dos tempos fez tornarem-se virais
              acontecimentos como a cor de vestidos
              e esquisitices parvas de fantasmas.
              Os fantasmas são aqueles que
              nos rodeiam,
              nos veem,
              e que nós não olhamos;
              quanto aos vestidos,
              esses são da cor suja
              do chão atulhado de balas.
              E se essas balas dessem pão a quantos fiéis,
              o que seria da fome
              senão só a minha fome de espírito!
              Que sonho, dos mais sonhos, sem quantas palavras!
              E eu ... falo de crianças ...
              como se todos fossemos elas.
              Este seria um mundo de ventura!
              Cada guerra mata mil corpos
              Dos quais saem almas que colho.
              Espero ter em mim força das mil mortes de segundos.

              (3:42)
              Quebraram a máquina de escrever da vizinha
              que apenas redigia a carta de despedida ao filho que foi ao rio beber.
              Quebraram quadros para fingir não haver recordações da morte.
              Quebraram mulheres que em último viam os maridos matando-se a protegê-las.
              Violaram os direitos, e fizeram do seu “dever” o mais horrível do enlace do Inferno.

              (4:03)
              Quero nem que seja um renascimento em mim
              e dos poucos que me rodeiam,
              não vejo missão inicial além disso,
              tal como a flor nasce
              durante sóis e luas
              e a raiz cava fluidamente o solo do bom fruto.

              (4:24)
              As flores nestes instantes murcham,
              as árvores de sustento se deixam de sustentar,
              as folhas nem têm tempo de cair
              pois o tronco já caiu,
              a terra adubada de maldade
              acolhe agora os ossos partidos da iniquidade.***
              O vento limita-se a nem aparecer
              e a chuva perde tanta força que nem chora.
              E eu ... fico aqui ...
              tentando dar olhos a quem os não tem
              e sentindo o que em segundos estas vítimas não chegaram a sofrer,
              não arrependido,
              mas morto pela vida.

              segunda-feira, 18 de maio de 2015

              A Minha Cidade é uma Camponesa!


                A minha cidade é uma camponesa.

                Onde no dia, o sol se habita tarde,
                pois tarde chega aos altos ramos da colina,
                oh folhas caídas, como desejo subir neles!

                Aquele pequeno que há nela,
                aquele que beija o prado,
                aquele que corre tanto como o moinho,
                aquele que sente pelos bichos,
                aquele que tem ar em arcas,
                aquele que seria uma mariposa,
                aquele que vive dentro delas,
                aquele que busca pelo candil,
                Sou eu.

                sábado, 9 de maio de 2015

                Poemas por ler

                  Há vários e imensos poemas, poemas daqueles que 'screvo para publicar, e não o faço, nem porque tenho receio que os leiam, pois poucos são os que vêem, apenas porque nem a mim se faz vontade de os ler, porque será?

                  No Freedom


                    I take it by your silence 
                    That I'm free to walk out the door 
                    By the look in your eyes I can tell 
                    You don't think I'll be back for more 

                    Try to think of a world 
                    Where you could stay 
                    And these safe hands could go 
                    Take your heart above the water 
                    Wherever I choose to go

                     No love without freedom
                    No freedom without love

                    - Miley Cyrus (Cover) | No Freedom -

                    sexta-feira, 24 de abril de 2015

                    À quoi ça sent les livres?


                      Les livres sont mirror de l'âme,
                      Soit de qui le écrit
                      Comme de personne lit qu'est
                      Pris par la brise du vent.

                      C'est qui nous embrasse 
                      Quand nous sommes seuls.

                      C'est qui bougie notre ment
                      Et nous conduit à visiter tout le monde.

                      domingo, 5 de abril de 2015

                      Folar da Páscoa do Avô


                        Sinto fome.
                        Na verdade ... não sei 
                        se sinto ou se tenho.
                        Apenas sei realmente 
                        que me padece a dor 
                        pela tua tamanha falta.
                        Como o tempo sempre passa corrido
                        e além disso rápido!
                        E por falar do Além ... 
                        onde a distância fez pior que calos
                        embutidos em eternas feridas.

                        Marquei este dia.
                        Na verdade ... não sei
                        memorizar datas.
                        Apenas sei realmente
                        que as memórias são inesquecíveis
                        pelo que a vida tem.
                        Como tu sempre ficaste comigo
                        e nunca me deixaste sozinho!
                        E por falar em ti comigo ...
                        onde ficaste fez melhor que mil sóis
                        enraizados no coração da terra.

                        Porque eu e tu ... somos
                        a Natureza, avô!

                        quarta-feira, 11 de março de 2015

                        Felizmente há o meu luar!

                          Gostava de ter vidros que ofuscassem a luz
                          Bem sabia que o sol cedo era apenas seco aprontado.
                          Do que não podemos ser mais fortes
                          Estejamos afastados pois é o que mais vale.

                          Gostava de poder viver o numeno,
                          Mas sempre descobro, logo que tento,
                          Que não há nada mais impossível senão isso.
                          Faço registo com um lápis que nunca escreve.

                          Vós! Porque não me deste, caneta?
                          Quero ser impermeável aos ventos, à tormenta
                          Ao sol que tanto engano dá.
                          Só me deste rios e olhos para que o sustentasse!

                          Não sei nada, eu sei, eu sei.
                          Gostava apenas - e sei o que a mim me tanto basta - de
                           Deixar estes meus ramos com fendas,
                          Deixar de construir fantasias que se demulam.

                          Porque só dais raios aos raios de Sol
                          E não raios a mim?
                          A gente há de partir ...
                          E quanto ao Sol, se ele se for?

                          terça-feira, 10 de março de 2015

                          Chamava-se algo como ...


                            As palavras me matam.
                            As palavras me consomem.
                            Simultaneamente elas me revelam
                            e me fazem crer dos outros
                            aquilo que nunca quis de mim ...

                            Se aquilo que tenho escrito
                             me mais carateriza que aquilo que sou
                            o que será aquilo que me acham?
                            Uma melodia suave como a que ouço?
                            As lágrimas que desde mágoa a saudade traz?

                            Sou simplesmente eu:
                            uma alma de meio de milhares
                            e isto porque gosto de acreditar em união.
                            Sou aquele que se ousa ofender
                            que vê, que ama, que prega, que sofre e reza.

                            Tic, tac, tic. Só.

                               
                                Por vezes, há a necessidade instantânea de pegar uma folha de papel e escrever.
                                Eu pego sempre numa caixa branca, onde aparece uma letra a cada vez que ponho-me a forçar a tecla para baixo, que volta a subir, e que eu volto a descer. Rotina da mais rotineira minha vida! 
                                Paradoxalmente, há algo que começa e não faz rotina, que apenas ... faz hábito. Por exemplo ... entrar nos olhos de uma flor ... saltarmos as suas pétalas ... escorregar pelo caule e pulá-lo? Pulá-lo já o era! Falta de asas da alma quando se cai em pés assentes em terra! Tão mais fria que cimos de montanhas em tempestades de inverno, sóis! 
                                As horas passam e sempre que planeamos uma outra atividade, foge-nos. Tudo o que pensamos fica na flor que nem sequer se consegue transformar em palavras que nem se ficam por dizer muito menos ditas. O paraíso da terra não é meu, mas sim de quem o joga. Gostava de nunca me querer lembrar, mas existe sempre uma noite depois de cada dia (ou talvez ao contrário, será que já nasci com a atormentação da noite?) que o faz por mim.
                                Tento abraçar a luz deste recente sol que chegou, adiantado! Está mesmo sobre minha cabeça, o meu rosto a sente, contudo em minhas mãos não tocam. Porquê? Gosto, gosto de escrever sem lógica se é isso que ousais pensar, ousadia da mais pura verdade vossa. Sou louco, louco ... apenas. Eu não consigo somente explicar se isto é errado, no entanto o tempo continua pois já passaram 3 minutos daqueles 13 passados. Estou só e mesmo só tenho algo que me coloca na terra. Como? Não me dizeis que é teoria daquele ou daquele! 
                                Espero a vida, a vida inteira e que me faça vencer ... aquela que nunca mais parece-me florescer e fazer velar. Eu fico rouco, já não consigo mais ouvir os gritos, aqueles que sim, são meus. Se me sentisse a morrer, me ajudaria?
                                Tic, tac, tic. Só.

                              sábado, 21 de fevereiro de 2015

                              #33 | 2015.02.02

                                #32 | 2015.02.01


                                  ORPHEU | Janeiro–Fevereiro–Março de 1915 
                                  O que é propriamente revista em sua essencia de vida e quotidiano, deixa-o de ser
                                   - Luiz de Montalvôr

                                  #31 | 2015.01.31

                                    #30 | 2015.01.30


                                      Flores de Inverno são senão como os primeiros amores: 
                                      Florirão em árvores menos verdes, numa realidade 
                                      Que de tão pouco duradoura e certa é, 
                                      E, que enganado se eu estivesse, 
                                      Bem podeis rezar pela ofensa que prego, 
                                      Em vão, meu latim caía em caixão 
                                      E meu corpo riscado sem compaixão.

                                      #29 | 2015.01.29

                                        My cat-cow: Loki * Meu gato-vaca: Loki

                                        #28 | 2015.01.28


                                          Passa uma borboleta por diante de mim 
                                          E pela primeira vez no 
                                          Universo eu reparo 
                                          Que as borboletas não têm cor nem movimento, 
                                          Assim como as flores não têm perfume nem cor. 
                                          A cor é que tem cor nas asas da borboleta, 
                                          No movimento da borboleta o movimento é que se move, 
                                          O perfume é que tem perfume no perfume da flor. 
                                          A borboleta é apenas borboleta 
                                          E a flor é apenas flor. 
                                          - Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos" 

                                          #365drawings #poem #drawing #art #me #AlbertoCaeiro #FernandoPessoa