terça-feira, 25 de março de 2014

E, se a Religião não exitir?

      

      A Religião sempre foi e permanece, enquanto o girar eterno da ampulheta, um tema controverso no ver de muitos. Há várias opiniões, testemunhos que afirmam aquela ou aquela doutrina, ainda há quem seja um verdadeiro dogmático, ou quem tome uma atitude cética para o conhecimento do Além,...
      No meu pensar, a Religião é a base do Homem. É n'Ela que ele toma os seus pontos de partida, e os de perspetiva. A verdade é que não podemos ser totais dogmáticos ao que Ela afirma. Devemos cingirmos a um todo contemplar kantiano, estabeleçamos limites no Conhecimento. Não sejamos como fora David Hume, John Locke ou ainda René Descartes que revela conhecer Deus, o númeno! É algo impossível de demonstrar, de se comprovar. Mas, este comprovar poderá ser vítima de manipulações pelo seu génio maligno? É quase como um duvidar da vida, que nesta posição Descartes duvida. 
      Sofremos e sofreremos apenas dum ceticismo mitigado e moderado, e nele baseado, demonstrado. Não ultrapassemos a mais de 1000 pés de caminho, se a sombra ao nosso lado ainda é algo a nós desconhecido. O que vale pernoitar a toda uma vida, em tentativa de descoberta do mais improvável, dum desafio inviável; se aquele que nos parece de rápida solução fica ao nosso lado? Gosto pelos grandes desafios? Não tentaremos obter descoberta do infinito, se nem sabemos do granito. Devagar se vai ao longe. Do pequeno o grande. Pedra a pedra sobe-se a calçada ou se constrói a casa.
      Mas, vinde cá! Não penseis que me esqueci da pergunta inicial deste título de meu texto. Essa é de pensar e pensar, para quem não tenha já pensado nuns momentos antes de para aqui vir, como já o fizera ... 
      Então, vos revelo. Para mim, a Religião existe, contudo numa tentativa particular de ser comprovada, agora ou mais tarde, a sua inexistência, é fundamental tirar dela, sempre, o melhor partido. Frequento a Igreja sempre que posso, uma vez talvez por semana, a par de uma colega, a Diana. Não lá vou por obrigação, se bem que por vezes ... pequenos incentivos só. Mas sempre que Lá vou, rejuvenesce-me a alma, o meu ser, adormece-se todo o sofrimento, stress, os malfazeres a mim que adquiro fora do Local. A Igreja ensina-me a viver, a saber viver! É n'Ela que me apoio em momentos mais desequilibrados da vida, é Ela o fruto do meu viver, a comida de que padecia e a bebida que me sacia.
     E, se a Religião não existir? Vingámo-nos todos em quem nos ensinou a acreditar n'Ela? Não. A radicalidade é ponto que sempre apreendemos a não tomar. O verdadeiro cálice é aquele do amor e da paz. Não é o rezar, não é o ir. Ao fazê-lo é pela sensação que nos traz. A quem não traz, que se dedique, portanto, ao que melhor lhe faz. Não critiquemos os demais.
      E, se a Religião existir? Esfregaremos na cara dos que não acreditavam que "Vocês, vocês estavam errados, são o Demónio na Vida!"? Não. A radicalidade que há poucos vos falava é algo aqui a colocar de igual forma. É a falta de Fé que neles os abdicou de uma vida das melhores sensações, roubaram-se-lhe a verdadeira fonte e essência do viver. Todavia ... nunca é tarde para nada. Lembrara-me agora de Fernando Pessoa que diria "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena". 
      Cesso, apenas ainda vos revelando que mesmo sabendo da inexistência da Religião, que iria, de certo, permanecer em mesmos hábitos e costumes. Porque não é a palavra que nos guia, mas as sensações que sempre sentiria! De que sempre os tenha, num presente: Bom rumo a todos! Beijos e Abraços.

    quarta-feira, 12 de março de 2014

    Ampulheta voluteada

        
        Cai-se numa meditação
        Anotação vagueada
        Caminho até à estação
        Na rua bela calçada

        Gira-se a rotineira da ampulheta
        Traz-se as sinfonias do passado
        E a nova feita faceta
        Das recém novas chegado
        
        Levam-se as bem desgostadas gritarias
        Para o além do ontem
        Era para o fundo da escrivaninha onde as levarias
        Não se me espera dalguém, ninguém

      terça-feira, 11 de março de 2014

      Sinistro Sol

          
          Sete horas da manhã, havia logo a intuição que aquele seria um exemplar dia de verão no inverno. Estava calor, o sol era vão, límpido, exímio e radiante. À semelhança estava um jovem rapaz que acordara como num dia rotineiro que se difere. Era a luz que se fazia lá fora que o apartava de outros dias? Era o alcatrão que havia sido posto naquela noite? Os pássaros na espreita das belas ramagens por nascer das árvores? Talvez não. Não sei. 
          Só para já além da matina é que foi possível se aperceber que era todo e um disfarce. Sinistramente, vê-se um entrar da desgraça na vida do menino. Era um todavia, um só que para aquele dia não se ser perfeito considerado. Agora no seu olhar moço era carregada a melancolia, a mágoa. Um maculado ser. Era uma toda indiferença estúpida de um olhar cego à alegria, da vitalidade agora dum corpo defunto, o ar indolente dos piores se me vistos, séculos passados em vão, e em vão com um grito do seu peito! Dos seus brados ouve-se apenas o eco, torce-se os braços e os dedos duma angústia tal ... Só na terra, no mar e no céu. Já não se vela como de costume aquele seu lindo esquife, descolorou-se a sua cor. 
          Era o vento dentro dele, impossível de se expelir. Um verme frio congelava toda a sua alma, varria-lhe toda a sua antes vontade. É esta uma sombria análise de assustar o susto. Já não se ouve os cantares das aves, passou-se a estrondo, e, na podridão daquele embrulho hediondo, reconhece ele o seu Destino. Partira-se o cristal, que era tudo do que ele se construíra nos poucos anos que vivera. Havia ele feito numa eternidade uns riscos de vida, onde agora no fim estava escrito um "NÃO". Em cacos.

        sábado, 8 de março de 2014

        Sol Avizinhado


            É tempo das sinfonias suaves enviadas em carta registada e reformulada com remetente o Sol e destinatário as nossas aqui perto terras. Era um carteiro incompetente antes, atraso de alguns que esperaram estes meses. Os raios despertam-se, agora, bem mais cedo que eu. O dia começa já com um certo calor que se prolonga. Já se vêm t-shirts, calções, saias. É bom tempo este para trazer certa alegria àqueles que estavam até ao momento mais descontentes com as atormentações das suas vidas. Eu gosto deste tempo. Não ainda com muita quentura, mas com alguma, num meio misto. Parece que são os primeiros dias de Primavera estes, não que ela ainda esteja longe ... 
            Abrem-se as janelas, as persianas batidas quase todo o inverno. A lareira já não se acende. Areja-se toda a casa. Lavam-se cortinas, limpam-se paredes e móveis, ornamenta-se já e apronta-se tudo para uma começada já esperada Páscoa. Outro tema que ainda abrangerei. Agora falo do Sol. Que nada de perturbador tem, é sereno ainda, parece que ficara congelado todo e um inverno e agora vaga e lentamente se acende e aquece, a ele, a mim e a vós, nós!
            Ouvem-se os pássaros, cantam melhor que nunca, estiveram calados em chuvas, ofuscados antes da vida, refugiados da grosseira chuva, e do mau senhor vento. É tempo das melodias da luz! 

          terça-feira, 4 de março de 2014

          Dia de Carnaval

              Chuvisca. Parece um dia normal, se bem que para mim assi sempre se manteve. As nuvens serram o brilhante sol que alguns esperariam neste faustoso dia em que se fazem os tais funestos e animados desfiles, de homens que tentam ser andróginos, só que numa versão mais labrega e supina. Risos. De sincero, vos digo que eu jamais andaria na calçada daquela forma vestido. Todavia, diria que não criticava quem assi anda, mas mentiria, não que seja bem critica, contudo quem se apronta daquela forma já sabe de bem o que a ele se espera: gargalhadas.
              

            segunda-feira, 3 de março de 2014

            Em dias de descanso, sem este e ele

               

                Assomaram e abraçaram-se a mim os dias, dias estes que, agora, cá se sentam ao meu lado, neste aconchego do canapé, agasalhado pelo quente regaço da lareira, com acréscimo do cobertor ainda. 
                Nem sei se bons ou maus estes dias, de certo, que eram os desejados, para relaxar e para extinguir a fervura das aulas, contudo, há outras cousas sempre a fazer, mandadas pelos professores, nem nas férias, bem verdade! E, mesmo assim, com esses trabalhos há de se entristecer pela falta de tão bom outrem.
                Faz-se deserto em mim. Leio Os Maias, mas sempre cai-o logo numa profunda meditação do que lá escrito está, a leitura é sempre calma, com suaves pronuncias, de letra a letra, sem se ficar em apressas. Há tempo, e não, no meu caso. É, teria de ler o livro para a quase chegada de já quinta-feira. Impossível. Tentasse elevar o ritmo, mas parecesse-se aí tão sem graça e glória, tão sem engenho e sem arte. Fica-se pela serenidade. Pausa para lanche. Rabisca-se. Voltara-se para o local principiado. E, neste momento, aqui cá estou. A obra ao meu lado, as migalhas varridas pelo chão, o irmão a jogar, a televisão a espantar animação, a música do computador, o fragor da lenha a arder e o computador a suspirar no meu colo.
                Oh! Que hei de de eu fazer à ficha de leitura a realizar-se quase já? Desgraçado de mim, pobre e coitado de mim! Espera, de mim?! De mim, de vós, de todos nós! Eu com pena maior claro. Não vos quero de nada preocupar, todavia já se me agoura a alma, faço presságios que n'altura me hão de ... de certo ... sem medo o digo, faltar algumas respostas. Dito. Inventara talvez. Quimeras apenas que de nada além passem estas más sensações minhas e só minhas!

              Numa caída leitura pelos: Episódios de uma Vida Romântica

                "O que desconsolara Afonso, ao princípio, fora a vista do terraço - donde outrora, decerto, se abrangia até ao mar. Mas as casas edificadas em redor, nos últimos anos, tinham tapado esse horizonte esplêndido. Agora, uma estreita tira de água e monte que se avistara entre dois prédios de cinco andares, separados por um corte de rua, formava toda a paisagem defronte do Ramalhete. E, todavia, Afonso terminou por lhe descobrir um encanto íntimo. Era como uma tela marinha, encaixilhada em cantarias brancas, suspensa do céu azul em face do terraço, mostrando variedades infinitas de cor e luz, os episódios fugitivos de uma pacata vida de rio ..." - d'Os Maias de Eça de Queirós

                sábado, 1 de março de 2014

                As Duas Oferecidas Minhas Rosas


                    Está. Está formada, elaborada, organizada e declarada a batalha entre as minhas duas grandes paixões. 
                   Apontada e afirmada neste e num outro, apontado de seguida, blog: http://arquitectura-decor.blogspot.pt/.
                   Vós ll e os meus belos interessantes pelo louvor arquitectónico e decorativo que cercaste, Deus, a nós, juntos, num meu, tão por aqui proclamado, amor fervor.
                    Tarefa acrescida a dobro, ou quem o diga, a mais, quando mais tempo houver, e disposição de mim vier. Hoje era dia de serem criados mil. Ando, portanto, de bom humor.