A Religião sempre foi e permanece, enquanto o girar
eterno da ampulheta, um tema controverso no ver de muitos. Há várias opiniões, testemunhos
que afirmam aquela ou aquela doutrina, ainda há quem seja um verdadeiro dogmático,
ou quem tome uma atitude cética para o conhecimento do Além,...
No meu pensar, a Religião é a base do Homem.
É n'Ela que ele toma os seus pontos de partida, e os de perspetiva. A verdade é
que não podemos ser totais dogmáticos ao que Ela afirma. Devemos cingirmos a um
todo contemplar kantiano, estabeleçamos limites no Conhecimento. Não sejamos
como fora David Hume, John Locke ou ainda René Descartes que revela conhecer
Deus, o númeno! É algo impossível de demonstrar, de se comprovar. Mas, este
comprovar poderá ser vítima de manipulações pelo seu génio maligno? É quase
como um duvidar da vida, que nesta posição Descartes duvida.
Sofremos e sofreremos apenas dum ceticismo
mitigado e moderado, e nele baseado, demonstrado. Não ultrapassemos a mais
de 1000 pés de caminho, se a sombra ao nosso lado ainda é algo a nós
desconhecido. O que vale pernoitar a toda uma vida, em tentativa de
descoberta do mais improvável, dum desafio inviável; se aquele que nos parece
de rápida solução fica ao nosso lado? Gosto pelos grandes desafios? Não
tentaremos obter descoberta do infinito, se nem sabemos do granito. Devagar se
vai ao longe. Do pequeno o grande. Pedra a pedra sobe-se a calçada ou se
constrói a casa.
Mas, vinde cá! Não penseis que me esqueci da
pergunta inicial deste título de meu texto. Essa é de pensar e pensar, para
quem não tenha já pensado nuns momentos antes de para aqui vir, como já o
fizera ...
Então, vos revelo. Para mim, a Religião
existe, contudo numa tentativa particular de ser comprovada, agora ou mais
tarde, a sua inexistência, é fundamental tirar dela, sempre, o melhor partido.
Frequento a Igreja sempre que posso, uma vez talvez por semana, a par de uma
colega, a Diana. Não lá vou por obrigação, se bem que por vezes ... pequenos
incentivos só. Mas sempre que Lá vou, rejuvenesce-me a alma, o meu ser,
adormece-se todo o sofrimento, stress, os malfazeres a mim que adquiro fora do
Local. A Igreja ensina-me a viver, a saber viver! É n'Ela que me apoio em
momentos mais desequilibrados da vida, é Ela o fruto do meu viver, a comida de
que padecia e a bebida que me sacia.
E, se a Religião não existir? Vingámo-nos
todos em quem nos ensinou a acreditar n'Ela? Não. A radicalidade é ponto que
sempre apreendemos a não tomar. O verdadeiro cálice é aquele do amor e da paz.
Não é o rezar, não é o ir. Ao fazê-lo é pela sensação que nos traz. A quem não
traz, que se dedique, portanto, ao que melhor lhe faz. Não critiquemos os
demais.
E, se a Religião existir? Esfregaremos na
cara dos que não acreditavam que "Vocês, vocês estavam errados, são o
Demónio na Vida!"? Não. A radicalidade que há poucos vos falava é algo
aqui a colocar de igual forma. É a falta de Fé que neles os abdicou de uma vida
das melhores sensações, roubaram-se-lhe a verdadeira fonte e essência do viver.
Todavia ... nunca é tarde para nada. Lembrara-me agora de Fernando Pessoa
que diria "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena".
Cesso, apenas ainda vos revelando que mesmo
sabendo da inexistência da Religião, que iria, de certo, permanecer em mesmos
hábitos e costumes. Porque não é a palavra que nos guia, mas as sensações que
sempre sentiria! De que sempre os tenha, num presente: Bom rumo a todos! Beijos
e Abraços.