Quando um ano muda.
Quando o desastre se mantém.
Do que hás de tu pensar?
Falho em ter rido das mulheres
que enquanto comiam, no ano novo
com fartura, proferiam que iniciariam
a dieta mais tarde.
Pois ... dessa mesma dieta delas
surge a minha semelhante vida,
não por gorduras a mais,
mas antes por menos alegria.
Quando tudo acontece
como um constante círculo viciante.
Quando tu choras e a tristeza
de tal tamanho te consome,
que no momento te sufoca
e depois torna-se uma droga, faz-te sentir
vazio, sem nada, nem mesmo na mente.
O que fazes?
Oh! Se algo melhor que
as consequências das falsas promessas
de ano novo decidir entrar em mim
que me entre, sem bater,
seja desrespeitador comigo, pois de respeito ...
Oh respeito!
Onde te cabe em tanto ódio?
Que se faça sentir algum poder Vosso
da clemência minha, as preces de Camões
com falas sintéticas das virtudes portuguesas,
em mim, por contrariedade,
cabe toda a humildade nossa,
sejais franco e me conteis do que tanto preguei o mal
para me merecer tamanha desordem.
Fazei-me ver algum caminho de verdade,
se tal verdade existe realmente.
Peço-vos com lágrimas,
que me ajudeis, se tanta ajuda dão, a mim e a todos.
Todos que precisam dela.
Se algum dia precisardes de mim,
de mim se fará ouvir o maior grito do mundo
já alguma vez cantado.
Dai-me a primavera, a melodia
que me entre e rejuvenesça,
que se solte e faça pintar todas
as folhas das árvores coloridas do mundo.
Ajudai-me,
sei que de possível, a vossa confusão
é tamanha e que, por isso,
se cabe tanta miséria minha em pedir-vos,
mas sabeis ...
eu confio-vos a palavra.