domingo, 7 de junho de 2015

No More War


    A GUERRA

    (0:13)
    Soam os tambores
    as pedras desenterram-se do solo
    a ver ao que tanto chega
    aquilo que ainda mal chegou ...

    (0:24)
    As lágrimas caem
    e as almas partem,
    os rios secam
    e o sangue agitado morre.

    (0:35) (apressa-se a melodia)
    Não deixa de me chocar ...
    ouvir a toda a hora falar de guerras,
    é daquelas poucas coisas
    que se ouve a todo o momento
    e a todo o momento me cansa.
    Como é possível tudo isso ainda existir?
    Há quem as ache de tempos passados,
    mas bem que 2003 ...
    oh 2003, quantas mataste?!

    (0:55) (apressa-se o ritmo)
    Quantas em nome da falsa paz daqueles que a declararam?!
    Não interessa saber de quem a culpa
    quem sabe ela não tem voz para o dizer,
    a voz está morta.
    Enrouquece-me a cada minuto,
    pois cessam muitas das vozes que me ajudariam.
    Parece-me apenas que toda a gente
    julga a guerra como algo mau,
    mas não a detêm,
    pois sentem-se sem meios
    para parar tais acontecimentos!
    É o típico erro do Homem!
    Acham todos que malham em ferro frio,
    mas eles não são senão o frio do ferro dos poucos que malham.

    (1:16) (melodia acalma)
    Eu nunca pensei que existisse a perfeição,
    mas, sabem ...
    afinal existe o erro perfeito em torno de armas, bombas e mortes.
    Tal como o infinito,
    a infinita dor dos meus irmãos e que por tudo isso me perece a alma.
    Falta de vontade, de força, de alegria.
    Falta de sermos nós o Outro!

    Eu, eu estou pronto para a brecha da luta,*
    pela paz, 
    de baralhar em palavras as cobertas dos adormecidos, 
    de lhes oferecer uma chave de braço,** 
    eu terço as armas, 
    não as minhas,
     tento as de todas as crianças inocentes. 
    É engraçado como nisto ninguém quer apanhar boleia!
    Será um carrosel avariado e sem fundo? 

    Eu não sei, 
    eu somente tenho fé e esperança, 
    alimentada pela vida e sorriso delas, 
    que tudo pode melhorar. 

    (1:58) (Muda a melodia, apressada)
    Tanto é o sangue
    que corre nos rios e pouco aquele
    que nos corre quente.
    Tantos são os confeitos
    que nem os rostos se conhecem de uma mãe
    que pedaços parecem pedras.
    Tantas são as máquinas estranhas dali
    que quase é tanto como o meu sonho
    que tanto parece exterior a este universo.

    (2:09)
    Eu tenho um nome para tudo isto, além de massacre, vingança, dispustas e mais lutas, é apenas o nome pelo qual mais rezo em todo o mundo, é o nome de cada criança inocente, das birras dos adultos, é a paz prezada por não sei quantos - ainda poucos - pensadores. Há quem se atreva a dizer – riso – que mataria todos aqueles soldados com uma só bofetada – riso – esses são – não querendo fazer crítica maliciosa – aqueles que ficam durante tardes sentados no sofá. Eu não deixo talvez de ser um desses do achonchego, eu apenas tento, e tento realmente agir, não em pensamentos nem em confusões, antes em palavras verdadeiramente proferidas.

    (2:39)
    Tudo o que vejo neste momento é o “Grito” de Munch. Manifesto-me cantando “Imagine” de Lennon, e mais do que isso quero fazer consciencializar. Eu questiono-me sempre ... não passo de um Homem.

    (2:50)
    Quem acha que a guerra
    se mata com mais guerra
    é pior do que quem a começa,
    se bem que ...
    pior do pior já nem eu sei o que é!
    Oh! Diariamente,
    vertem-se-me tantas lágrimas por quantas crianças mortas!

    (3:00)
    A inutilidade dos tempos fez tornarem-se virais
    acontecimentos como a cor de vestidos
    e esquisitices parvas de fantasmas.
    Os fantasmas são aqueles que
    nos rodeiam,
    nos veem,
    e que nós não olhamos;
    quanto aos vestidos,
    esses são da cor suja
    do chão atulhado de balas.
    E se essas balas dessem pão a quantos fiéis,
    o que seria da fome
    senão só a minha fome de espírito!
    Que sonho, dos mais sonhos, sem quantas palavras!
    E eu ... falo de crianças ...
    como se todos fossemos elas.
    Este seria um mundo de ventura!
    Cada guerra mata mil corpos
    Dos quais saem almas que colho.
    Espero ter em mim força das mil mortes de segundos.

    (3:42)
    Quebraram a máquina de escrever da vizinha
    que apenas redigia a carta de despedida ao filho que foi ao rio beber.
    Quebraram quadros para fingir não haver recordações da morte.
    Quebraram mulheres que em último viam os maridos matando-se a protegê-las.
    Violaram os direitos, e fizeram do seu “dever” o mais horrível do enlace do Inferno.

    (4:03)
    Quero nem que seja um renascimento em mim
    e dos poucos que me rodeiam,
    não vejo missão inicial além disso,
    tal como a flor nasce
    durante sóis e luas
    e a raiz cava fluidamente o solo do bom fruto.

    (4:24)
    As flores nestes instantes murcham,
    as árvores de sustento se deixam de sustentar,
    as folhas nem têm tempo de cair
    pois o tronco já caiu,
    a terra adubada de maldade
    acolhe agora os ossos partidos da iniquidade.***
    O vento limita-se a nem aparecer
    e a chuva perde tanta força que nem chora.
    E eu ... fico aqui ...
    tentando dar olhos a quem os não tem
    e sentindo o que em segundos estas vítimas não chegaram a sofrer,
    não arrependido,
    mas morto pela vida.

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