quarta-feira, 11 de março de 2015

Felizmente há o meu luar!

    Gostava de ter vidros que ofuscassem a luz
    Bem sabia que o sol cedo era apenas seco aprontado.
    Do que não podemos ser mais fortes
    Estejamos afastados pois é o que mais vale.

    Gostava de poder viver o numeno,
    Mas sempre descobro, logo que tento,
    Que não há nada mais impossível senão isso.
    Faço registo com um lápis que nunca escreve.

    Vós! Porque não me deste, caneta?
    Quero ser impermeável aos ventos, à tormenta
    Ao sol que tanto engano dá.
    Só me deste rios e olhos para que o sustentasse!

    Não sei nada, eu sei, eu sei.
    Gostava apenas - e sei o que a mim me tanto basta - de
     Deixar estes meus ramos com fendas,
    Deixar de construir fantasias que se demulam.

    Porque só dais raios aos raios de Sol
    E não raios a mim?
    A gente há de partir ...
    E quanto ao Sol, se ele se for?

    terça-feira, 10 de março de 2015

    Chamava-se algo como ...


      As palavras me matam.
      As palavras me consomem.
      Simultaneamente elas me revelam
      e me fazem crer dos outros
      aquilo que nunca quis de mim ...

      Se aquilo que tenho escrito
       me mais carateriza que aquilo que sou
      o que será aquilo que me acham?
      Uma melodia suave como a que ouço?
      As lágrimas que desde mágoa a saudade traz?

      Sou simplesmente eu:
      uma alma de meio de milhares
      e isto porque gosto de acreditar em união.
      Sou aquele que se ousa ofender
      que vê, que ama, que prega, que sofre e reza.

      Tic, tac, tic. Só.

         
          Por vezes, há a necessidade instantânea de pegar uma folha de papel e escrever.
          Eu pego sempre numa caixa branca, onde aparece uma letra a cada vez que ponho-me a forçar a tecla para baixo, que volta a subir, e que eu volto a descer. Rotina da mais rotineira minha vida! 
          Paradoxalmente, há algo que começa e não faz rotina, que apenas ... faz hábito. Por exemplo ... entrar nos olhos de uma flor ... saltarmos as suas pétalas ... escorregar pelo caule e pulá-lo? Pulá-lo já o era! Falta de asas da alma quando se cai em pés assentes em terra! Tão mais fria que cimos de montanhas em tempestades de inverno, sóis! 
          As horas passam e sempre que planeamos uma outra atividade, foge-nos. Tudo o que pensamos fica na flor que nem sequer se consegue transformar em palavras que nem se ficam por dizer muito menos ditas. O paraíso da terra não é meu, mas sim de quem o joga. Gostava de nunca me querer lembrar, mas existe sempre uma noite depois de cada dia (ou talvez ao contrário, será que já nasci com a atormentação da noite?) que o faz por mim.
          Tento abraçar a luz deste recente sol que chegou, adiantado! Está mesmo sobre minha cabeça, o meu rosto a sente, contudo em minhas mãos não tocam. Porquê? Gosto, gosto de escrever sem lógica se é isso que ousais pensar, ousadia da mais pura verdade vossa. Sou louco, louco ... apenas. Eu não consigo somente explicar se isto é errado, no entanto o tempo continua pois já passaram 3 minutos daqueles 13 passados. Estou só e mesmo só tenho algo que me coloca na terra. Como? Não me dizeis que é teoria daquele ou daquele! 
          Espero a vida, a vida inteira e que me faça vencer ... aquela que nunca mais parece-me florescer e fazer velar. Eu fico rouco, já não consigo mais ouvir os gritos, aqueles que sim, são meus. Se me sentisse a morrer, me ajudaria?
          Tic, tac, tic. Só.