sábado, 15 de novembro de 2014

Coração de vidro

      

      Dizem em tempos que sou magro. Eu nunca sei bem o que responder, isso porque eu o sei, sempre soube e porque não haveria de o lembrar agora? Sou esguio, e daí surge muitas das vezes o igual para com o elegante ou para algo escasso e curto. E aí ... será que sei?
      Sei que sou proveniente de uma industria de vidro, onde das suas paredes já nascem flores sem sementes e folhas sem troncos. Tudo pelo facto de encarar o meu sangue como água numa jarra. Sou o fruto sem nascença de ramos.
      Surgi e vivo, enquanto não partir, pois vidro.

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